terça-feira, 11 de junho de 2013



por Ricardo Santos

Chegou a Portugal a melhor e mais conhecida revista literária do mundo, a Granta. A revista inglesa tem vindo nos últimos anos a espalhar-se um pouco por todo o mundo e a criar edições em muitos países, nomeadamente no Brasil, na Suécia, na Turquia e em Espanha. A edição portuguesa, editada pela Tinta-da-China e dirigida pelo jornalista Carlos Vaz Marques já chegou às casas de quem assinou a revista (este que vos escreve é um dos sortudos).

O primeiro número da revista nasce sob a égide temática «Eu», um tema que remete para a subjectividade da criação literária e que é também um manifesto, já que a revista pretende com ele afirmar inequivocamente o seu carácter literário.

Neste número inaugural, como nos seguintes, o miolo da revista compor-se-á com conteúdo proveniente de duas fontes – textos encomendados pela revista directamente a autores e textos do baú Granta; isto é, textos já publicados na casa-mãe, a Granta inglesa, ou até em qualquer outra Granta por esse mundo fora. Este baú é uma verdadeira arca do tesouro, já que conta com textos dos maiores vultos da literatura mundial. Basta ver este primeiro número, onde entram directamente do baú Granta autores como Saul Bellow, Orhan Pamuk (ambos laureados com o Nóbel), Simon Gray, Rachel Cusk e Ryszard Kapuściński (o «poeta da reportagem»).

Pelo lado dos textos encomendados a autores portugueses a representação é também de luxo. Dulce Maria Cardoso, Afonso Cruz, Valter Hugo Mãe (prémio Saramago), Valério Romão, Ricardo Felner, Rui Cardoso Martins e Hélia Correia assinam todos eles pequenos grandes textos. A revista conta ainda com um portefólio fotográfico de Daniel Blaufuks (que também assina a capa) e com a apresentação de oito sonetos de um dos grandes, Fernando Pessoa, sendo que cinco deles são completamente inéditos e os restantes são agora apresentados em leituras diferentes (quem já viu a letra manuscrita de Pessoa saberá a dificuldade de perceber aqueles gatafunhos). Esta apresentação está a cargo dos investigadores Jerónimo Pizarro (que recentemente ganhou o prémio Eduardo Lourenço) e Carlos Pitella-Leite.

O conselho de quem já se embrenhou no meio da revista é este – arranjem 18€, que é o preço de capa da revista, e na sexta-feira corram para um livraria a comprar o primeiro número da edição portuguesa da Granta. Ou, se puderem, façam melhor – assinem a revista por dois anos, com a vantagem de a receberem comodamente nas vossas caixas de correio e ainda sacarem um desconto de 25%.

A edição portuguesa da Granta terá uma periodicidade semestral, com a qualidade de edição, o grande nível das traduções e o cuidado gráfico a que a Tinta-da-China já nos habituou. Granta revista!

informação recolhida no sítio janela urbana 

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