por Ricardo Santos
Chegou
a Portugal a melhor e mais conhecida revista literária do mundo, a Granta. A revista inglesa tem
vindo nos últimos anos a espalhar-se um pouco por todo o mundo e a criar
edições em muitos países, nomeadamente no Brasil, na Suécia, na Turquia e em
Espanha. A edição portuguesa, editada pela Tinta-da-China e dirigida pelo
jornalista Carlos Vaz Marques
já chegou às casas de quem assinou a revista (este que vos escreve é um dos
sortudos).
O
primeiro número da revista nasce sob a égide temática «Eu», um tema que remete
para a subjectividade da criação literária e que é também um manifesto, já que
a revista pretende com ele afirmar inequivocamente o seu carácter literário.
Neste
número inaugural, como nos seguintes, o miolo da revista compor-se-á com conteúdo
proveniente de duas fontes – textos encomendados pela revista directamente a autores
e textos do baú Granta; isto é, textos já publicados na casa-mãe, a Granta
inglesa, ou até em qualquer outra Granta por esse mundo fora. Este baú é uma
verdadeira arca do tesouro, já que conta com textos dos maiores vultos da
literatura mundial. Basta ver este primeiro número, onde entram directamente do
baú Granta autores como Saul
Bellow, Orhan
Pamuk (ambos laureados com o Nóbel), Simon Gray, Rachel Cusk e Ryszard Kapuściński (o «poeta
da reportagem»).
Pelo
lado dos textos encomendados a autores portugueses a representação é também de
luxo. Dulce Maria Cardoso,
Afonso Cruz, Valter Hugo Mãe (prémio
Saramago), Valério Romão,
Ricardo Felner,
Rui Cardoso Martins
e Hélia Correia
assinam todos eles pequenos grandes textos. A revista conta ainda com um portefólio
fotográfico de Daniel Blaufuks
(que também assina a capa) e com a apresentação de oito sonetos de um dos
grandes, Fernando Pessoa, sendo que cinco deles são completamente inéditos e os
restantes são agora apresentados em leituras diferentes (quem já viu a letra
manuscrita de Pessoa saberá a dificuldade de perceber aqueles gatafunhos). Esta
apresentação está a cargo dos investigadores Jerónimo Pizarro (que recentemente ganhou o
prémio Eduardo Lourenço) e Carlos Pitella-Leite.
O
conselho de quem já se embrenhou no meio da revista é este – arranjem 18€, que
é o preço de capa da revista, e na sexta-feira corram para um livraria a
comprar o primeiro número da edição portuguesa da Granta. Ou, se puderem, façam
melhor – assinem a revista por dois anos, com a vantagem de a receberem
comodamente nas vossas caixas de correio e ainda sacarem um desconto de 25%.
A
edição portuguesa da Granta terá uma periodicidade semestral, com a qualidade
de edição, o grande nível das traduções e o cuidado gráfico a que a Tinta-da-China
já nos habituou. Granta revista!
informação recolhida no sítio janela urbana
Leia mais aqui.
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